A Iniciação no Orixá
“Qualquer pessoa pode adotar a Religião dos Orixás como sua Religião pessoal, mas iniciar-se nos fundamentos desta Religião é para os que vão servir a humanidade através dela”.
Todos nós servimos a causa humana de alguma forma; alguns como religiosos outros como terapeuta, desportista, engenheiro, artista, etc. A gama de possibilidades é quase infinita. No caso da Religião dos Orixás compreende um longo percurso que se estende por toda à vida física do sacerdote. Inicialmente a pessoa se chega como um Abian – aquele que nasceu com os iyans (fios de contas consagrados aos Orixás). O Abian é uma espécie de seminarista, que ainda não passou pelo Karó (votos de lealdade ao
conjunto de preceitos, fundamentos e liturgias da Religião). É um tempo necessário para conhecer a Religião e sentir se esse é ou não o caminho que irá querer para si.
Se um Abian sente que a Religião é o seu caminho ele faz seu Karó e se torna um Aburó mi (Meu irmão ou irmã mais novo); cumprirá 7 (sete) anos de aprendizado a fim de que domine às práticas da rotina da Religião e daí passe a condição de sacerdote, Egbon mi – meu irmão mais velho. O Aburó é aquele que colocou o Orixá como prioridade em sua vida. É aquele que colocou o Orixá acima da profissão, da família consanguínea e da família conjugal, sem precisar, contudo, romper com nenhum deles. O Aburó dará prioridade ao Orixá em detrimento de sua vida pessoal. Sempre que tiver que escolher entre o Orixá e qualquer outra coisa, é ao Orixá que priorizará. Por isso ele tem que estar muito consciente, como Abian, do passo que dará, caso opte pela iniciação na Religião.
Dentre os Egbon, alguns serão escolhidos para exercer uma função específica, um Oyê (cargo) tornando-se um Oloyê (detentor de um cargo). É vitalício e, portanto,espera-se que ele o cumpra por toda a vida.
Por: Marcelo Galvão
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